Lica e Ana nas Terras Altas da Mantiqueira de MG – Parte 1: Cambuquira e Estrada Real

Eu e a Ana vamos contar pra vocês sobre a aventura que vivenciamos em Minas Gerais. Nossa jornada pelo Caminho dos Anjos, explorando as Terras Altas da Mantiqueira, uma passadinha em Cambuquira e trechos da Estrada Real. Preparem-se pra essa história repleta de altos e baixos (literalmente)!
Planejar já é viajar! Então, vem com a gente !
Cerca de um mês antes da nossa viagem pesquisamos na internet e aplicativos como o Wikiloc, o roteiro e pensamos considerar alterar o trajeto para podermos aproveitar mais alguns lugares incríveis.
Escolhemos essa época do ano porque é quando acontecem várias festas nas roças e a temperatura é mais fresca. E como é um período mais seco, o céu fica cheio de estrelas brilhantes, e quando tem lua, alumia!
Dessa vez, nosso rumo foi o Caminho dos Anjos com algumas mudanças de rota. Primeiro fomos encontrar Paula, na cidade de Cambuquira-MG. Essa mulher linda e querida havia me enviado uma mensagem cheia de determinação: “Queremos um @CiclofestRural aqui na nossa cidade! Vamos impulsionar o turismo, mostrar as belezas e riquezas do nosso lugar, e se for de bicicleta, melhor ainda!”
Bom, essa história eu conto mais pra frente, afinal, quando um chamado é do coração, a gente vai!

Vamos falar um pouco do Caminho dos Anjos..
Antes lembro que contei no meu Instagram @triskelbike como organizei todos os equipamentos e mostrei como transportei a bicicleta usando um mala bike compacto feito pela Aresta Equipamentos. Se interessar, dá uma olhadinha nos reels.
Bora então falar do Caminho: É um circuito lindo e duro nas Terras Altas da Mantiqueira, atravessando cidades fofas como Passa Quatro, Itamonte, Alagoa, Aiuruoca, Baependi, Caxambu e São Lourenço. Normalmente, os ciclistas começam e terminam no mesmo ponto, em Passa Quatro, de onde às vezes pegam o ônibus de volta pra casa ou voltam para o carro que deixaram lá.
Claro, eu e a Ana demos uma virada logo no início. Se seguíssemos o roteiro completo, seriam 232 km de pedal e mais de 5000 metros de subida e descida. Tem gente que encara essa jornada em 2 a 5 dias, mas nós queríamos conhecer cada lugar, sem pressa, curtir, mergulhar, bater um papo e fotografar cada cantinho. Ou seja, a viagem fica mais prolongada, mas muito mais incrível!
Dessa vez, pulamos Passa Quatro, mas eu sugiro que façam o percurso completo. A cidade é super charmosa e tem um monte de coisas legais para ver.
Como encontrar esse caminho
Então! não tem um site específico, não tem muita sinalização . Às vezes, você encontra umas setas amarelas em postes, barrancos e algumas fitas temporárias sinalizadas por conta de competições como a ultramaratona que rola por lá. Na internet, basicamente, encontramos relatos de aventureiros que já enfrentaram esse desafio e deram seus depoimentos em vídeos no YouTube, registraram suas trilhas no Wikiloc e outras plataformas.
Cada um tem a sua maneira de encarar e a percepção de dificuldade muda dependendo do tempo que vão levar nesse percurso alguns citam de 2 a 5 dias. Ah! e o nível de dificuldade também é influenciado pelo clima e pelas condições das trilhas. Nas partes mais complicadas, como a travessia entre Aiuruoca e Baependi, a coisa fica séria com pedras, lama, poeira, vento e o tempo de travessia é longo por conta da elevação. Se estiver carregando bagagem, a coisa piora um pouco. Nesse ponto, senti falta de ter levado barraca, fogareiro e comida. Preferia estar autossuficiente, principalmente porque os lugares são absolutamente deslumbrantes, e era uma pena ter que seguir em frente.
Ah, e vale a pena mencionar que não há muita hospedagem pelo caminho. Alguns lugares não têm onde comer, então é bom estar preparado. Nós optamos por ficar em pousadas e hospedarias, e às vezes chegávamos à noite, o que complicava um pouco mais. Em suma, nada que um bom planejamento não resolva e saber usar o GPS é essencial.
Afinal, chegar ao paraíso exige esforço, mas já adianto: Paisagens deslumbrantes, natureza exuberante, pessoas incríveis, comida deliciosa, clima agradável – maravilhoso em todos os aspectos! E acreditem, é a dificuldade que torna tudo ainda mais especial.
A Cambuquira que nos encantou:
Taubaté / Cambuquira
Dia 23/24 de Julho de 2023
30 km / 590 m subida / 552 m descida / 901 m – 1100 faixa de altitude

Eu e a Ana nos encontramos em Taubaté. De lá, pegamos um ônibus com nossas bikes rumo a Cambuquira, onde a diversão estava só começando. A propósito, vou compartilhar algumas dicas sobre levar bicicletas em ônibus no final do relato, aguenta aí!
A viagem durou cerca de 4 horas e aterrissamos em Cambuquira altas horas da madrugada. O Sorriso, um guia local super simpático, já estava nos aguardando, ele foi nos recepcionar porque Paula já havia colocado ele para nos guiar e mostrar a cidade, e foi extremamente gentil em ir naquela hora no rodoviária nos receber. Montamos nossas bicicletas e seguimos para a aconchegante @Pousadarealiza, onde fomos convidadas a nos hospedar e recebidas com muito carinho . A manhã chegou e encontramos com @paulafelisberto e novamente com @sorriso_biketour. A energia era tão boa que parecia que éramos amigos de longa data.
Bora percorrer o rural e a história de Cambuquira
Partimos em direção ao Congonhal, um bairro habitado por descendentes de escravos. Antes disso, demos uma passadinha na cidade para ver algumas construções antigas e conhecer o Parque das Águas. A Ana ficou boquiaberta com as fontes terapêuticas, que têm águas curativas vindas diretamente da terra e das rochas, inclusive água com gás. Ela ficava lá, de olhos arregalados, experimentando várias águas dessas fontes! Meio desconfiada, será?? kkkk!

Continuamos o pedal passando por uma árvore torta digna de fotos e a vista lá de cima era linda. No caminho, fomos apresentadas aos cafezais, até chegarmos na Pedra Preta, um local de escalada. Depois, seguimos até o povoado e a cachoeira do Congonhal. Fizemos uma paradinha para comprar doces na casa da Dona Dulce, uma senhora simpática e seus doces maravilhosos: doce de banana, de leite, de abóbora e outros.


No meio da trilha, encontramos uma venda e fizemos uma pausa para saborear uma linguiça e tomar um guaraná local, tudo é uma experiência, e nós queríamos experimentar cada pedacinho desse lugar incrível!
De volta à cidade, almoçamos no bar do Luizinho, comemos costela “cum” angu e tomamos uma cervejinha. Tudo delicioso! Ah, já vou avisando: as palavras “subida” e “comida” vão aparecer muito nessa história, porque estamos em Minas Gerais, né?

E teve sobremesa e música no pôr do sol..
A cidade estava recheada de lojas de doces deliciosos, como a @reliquiamineiracambuquira e @docescambuquira, só tentações. Depois, fomos atrás do pôr do sol no Morro do Piripau, mas dessa vez de carro para dar tempo. E vou dizer que é uma subida e tanto para encarar de bike, e a vista lá de cima é simplesmente espetacular. Vale muito subir pedalando!!
Esse lugar é uma rampa de voo livre @rampadopiripau com uma lanchonete e, em breve, um restaurante que se chama Refugio Piripau. Os proprietários são super simpáticos e lá tem programação o ano todo. De cima dá pra ver cidades vizinhas como São Tomé das Letras, Três Corações e a majestosa Serra da Mantiqueira. O pôr do sol foi perfeito, com música ao vivo, e estávamos emocionadas, a essa altura, a conexão entre nós era muito forte.

Mas calma, ainda teve mais!
À noite, fomos saborear uma pizza e encontramos uma amiga muito querida, a Thayná. Ela é ciclista e montanhista, e é da região! Na verdade, nós nos conhecemos em Floripa quando ela participou de um passeio que guiei através da plataforma do Airbnb Experiências. Nos vimos apenas duas vezes antes da pandemia, mas a amizade se manteve forte e carinhosa. E adivinhem? Ela apareceu por lá para nos encontrar, e levou as bolsas para São Lourenço onde chegaríamos para dormir, na casa dela!!
E até breve Cambuquira!
E assim, fomos nos despedindo desse lugar mágico, com a certeza de que nos veremos em breve. Ah, e tem uma novidade! E vou deixar pra contar mais tarde, mas já adianto que estamos explorando grandes possibilidades para um projeto de evento que vai levar ainda mais bicicletas e prosperidade para Cambuquira.

Ficou curioso? Continue acompanhando a nossa jornada nesse paraíso de Minas! No próximo capítulo, oficialmente (pero no mucho) no Caminho dos Anjos, aventuras, descobertas e perrengues!